segunda-feira, 17 de março de 2008

Lençóis de Cetim



O corpo treme-me e o sangue escorre-me pelo peito, onde foram aquelas pessoas?
Ainda agora me chamavam, ainda agora me puxavam para um túnel escuro, tão escuro...
E as vozes que soavam uma calma melodia envolvente?
Onde estão todos quando, preciso de alguém que me dê as mãos, alguém que me abrace forte, alguém que me cante uma musica, alguém que me puxe para a vida?
E tu?
Para onde foste?
«-Quero-te, quero-te como nunca antes minha querida, quero que me pertenças, que sejas minha para todo o sempre! Aqui, nestes lençóis de cetim tornar-te-ás minha para a eternidade!
(…)
-Amor!!
Amor o que estás a fazer? Amor estás a magoar-me... O que se passa?
Porquê esses gritos amor?
Porquê esse ódio em teu olhar?
Eu estou aqui amor....»
Não sabia ao certo quanto tempo tinha passado, mas eu soube que não te voltaria a ver.
Antevejo o fim, dizia eu! Momentos antes deixava-me prender pelos lençóis, que nunca foram de cetim meu amor!


Joana Filipa Bernardo

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