segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Canto à Dor


Canto o que escondo no peito,
Minha dor é quem me faz cantar.
O mar, eu tornei meu eleito,
É o único que me vê chorar!

Canto o que é a minha sorte,
Pobre alma no mundo esquecida!
Espero que me leve a morte,
No alívio de tal mágoa vivida.

Canto os caminhos que cruzei,
Os corpos que de alguém desejei,
Os momentos que tive de loucura!

Canto o que não sei mais cantar.
Sinto-me velha de tanto esperar,
Que cedam para mim a sepultura!


Joana Filipa Bernardo